28 de set. de 2010

Introdução ao Estudo dos Livros Apócrifos


Queridos,

Como este assunto é extenso e buscarei um aprofundamento maior, dividirei esse estudo em partes. Começarei aqui a dar um breve panorama do surgimento dos Livros Apócrifos e explicar o motivos dos cristãos evangélicos não considerá-los inspirados. Nos próximos textos, explicarei livro a livro, sua história, tempo em que foi escrito, motivo de não ser considerado canônico e as contradições que possuem em relação ao cânon original.

Boa leitura!

Com amor em Cristo,



Etimologia da palavra "Apócrifo"

No grego clássico, a palavra "apocrypha" significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de “esotérico” ou algo que só os iniciados podem entender; não os de fora. Na época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”.

Historicidade

Após a morte de Alexandre, o Grande, quando seu domínio foi dividido em quatro ramos e o Egito ficou sob a dinastia dos Ptolomeus, o ptolomeu Filadelfo se preocupou em enriquecer a famosa biblioteca fundada por seu pai. Desta forma, muitos livros foram traduzidos para o grego. Ele enviou 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco. A tradução continuou depois, mas só foi completada no ano 150 a.C.

Essa tradução se conhece com o nome de “Septuaginta” ou “Versão dos Setenta” e foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria, mas como não havia tanto zelo ali como na Palestina, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos livros apócrifos foram acrescentados ao texto grego como apêndice do VT. Mas, os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.

Os estudiosos acham que os apócrifos foram unidos à Bíblia por terem sido guardados juntamente com os rolos de livros canônicos e, quando foi iniciado a escrituração da Bíblia inteira em um só volume (Códices), alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.

Estes livros têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as épocas que representam do período interbíblico, talvez por essas razões os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia.

Como os livros apócrifos foram aprovados

A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época, os protestantes se opunham violentamente às doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras etc, sustentadas pelos livros apócrifos. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII.

Houve prós e contras dentro da própria Igreja Católica. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. No Concílio de Trento houve várias controvérsias, onde 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal.

A princípio, os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e o Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa King James (Versão do Rei Tiago) de 1611 ainda os trouxe.
Mas, após 1629, as igrejas reformadas os excluíram totalmente de suas edições da Bíblia, para evitar confusão entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo.

Porque os evangélicos rejeitam os apócrifos:

O principal motivo de excluirmos os apócrifos da canonicidade é por terem sido escritos nos 400 anos do Período Interbíblico, época de ausência total da revelação divina (como estudamos anteriormente).

Outro motivo é por não termos nenhum registro de alguma controvérsia entre Jesus e os judeus sobre a extensão do cânon. Jesus e os autores do Novo Testamento citam, mais de 295 vezes, várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas nem uma vez sequer mencionam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro escrito como se tivesse autoridade divina.


FONTES CONSULTADAS:

http://www.icp.com.br/41materia2.asp
http://www.vivos.com.br
http://www.estudosgospel.com.br
http://www.bibliacatolica.com.br

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